30 de mar. de 2009

Ataque Libriano

por Fernando Targa


TOP 5 - Radiohead

Amigos, show inesquecível é aquele que dá saudade... Saudade daquele primeiro acorde, do apagar das luzes, das primeiras expressões dos que estão no palco (muitas vezes surpresos e extasiados com a “recepção” brasileira). Senti isso há pouco mais de uma semana, no show que classifiquei como “histórico”. Na verdade, foi um sonho realizado.

Desde 1996 que sou aficcionado pelos britânicos do Radiohead. E que bom que não vieram em outras ocasiões, porque provavelmente tocariam em um local menor, sem o aparato tecnológico de hoje. Não sou muito de arenas, a bem da verdade. É muito mais proveitoso assistir a um show de música em um anfiteatro ou uma casa de espetáculos mais intimista, isso ninguém discute. Mas, o que tive a oportunidade de ver foi uma banda coesa, madura e de muito bom gosto visual em um espetáculo de encher os olhos. Sinceramente, perderia muito da graça em Credicard e Citibank Halls da vida.

Você que está aí e não foi a Chácara do Jockey no último dia 22 deve estar pensando: “O cara pirou! Fiquei sabendo que o local não tinha bolsão de chegada e saída de táxis, ônibus e carros, os banheiros químicos ficaram rapidamente em estado lastimável, quase não tinham policiais para conter qualquer tumulto, as tantas saídas de emergência permaneceram fechadas durante todo o tempo, dificultando a saída das mais de 30 mil pessoas após o show, blá, blá, blá...”.

Caros, é tudo verdade (e não foi somente isso que aconteceu...). De fato, a organização deixou muito a desejar. Porém, esse post é sobre o que de melhor vi naquela noite. Quer saber quais foram os cinco melhores momentos dessa trip na minha modesta opinião?! Ok...

Abertura do Kraftwerk
Cheguei em cima da hora pra ver o quarteto alemão e acabei perdendo o comecinho, por causa do difícil acesso ao gramado. De qualquer forma, foi emocionante ter visto e ouvido alguns dos clássicos da “pré-história” da música eletrônica. Simples, bonito, impecável! Li em algum lugar que assistir ao show do Kraftwerk é como rever um clássico do cinema. Vou mais além: é como ver um festival de grandes curtas-metragens da história. “Man Machine”, “The Model”, “Computer World”, Autobahn”, todas pérolas. Impressionante.

Cenografia
Vários tubos pendurados no teto da estrutura, mais pareciam extensos braços de gelo a ponto de ganhar vida. Em conjunto com uma linda iluminação, faziam com que o palco ganhasse dimensões diferentes a cada instante. Os telões dividiam-se em vários, com imagens da fisionomia de Thom e seus parceiros em alta-definição. Tudo casado perfeitamente, dando ambientações distintas a cada música tocada. Uma obra de arte gigante.

15 Step
O primeiro petardo do show foi essa linda música do último álbum “In Raimbows”. Batida desconcertante, guitarra bem discreta e vocal com a marca de Thom Yorke. Singela e pulsante ao mesmo tempo, ganhou outra cara com a iluminação perturbadora. Impossível desgrudar os olhos do palco.

Idioteque
De repente, começa aquela sequência de batidas eletrônicas conhecidíssimas de meus auto-falantes. A impressão é que tinha sido tele-transportado para a rave dos sonhos. Enquanto Yorke esganiçava a voz em completo desespero, minha vontade era que a música não terminasse... Sensacional! A melhor do show, sem dúvida.


Creep
Após duplo bis e mais de 2 horas e meia de inesquecíveis momentos, a banda volta ao palco mais uma vez. A última. Ao microfone, Thom anuncia: “Vocês sabem qual é!”. As luzes quase todas apagadas criam o cenário para uma simples introdução de bateria e delicadas notas, para enfim começar “Creep”. Chave-de-ouro para o fim e para que eu finalmente voltasse pra Terra.

Quem viu, viu...

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